quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz 2015!

    O fracasso do logos ( da linguagem e das nominações) é o fracasso das projeções. - Marcelo Ariel. (tese)
   A criança projeta seu ser - presentificado, na imagem a sua frente mesmo inominada, mas em dialética do sentir lingual, com sucesso de um existir saudável. Ricardo. (antítese)
  Feliz 2015! (síntese)
 
Feliz 2015! - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/12/feliz-2015.html . 

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Liberdade pra Cadeia Velha.


   O libertário vive e, em residentes da cidade, pula na garganta do almofadinha, que prevarique, na quebra do Estado de Direito - princípio a ser preservado, após o que vem o pragmatismo de gabinete.
   A estratégia do cinismo é fazer distinto do combinado, pro ônus ficar pro afrontado, da (in)consequente má notícia.
   Tolhê-lo se fizer, contraponto ao "Centro Vivo", conservadorismo pra turista ver, nesse "deixa estar - à ousadia", com memória à "repressão pedagógica" - medo fascista na veia das artes visuais e emancipadoras?!
    "Primavera dos Museus" - programa de política pública, pas...
sa longe, então pra quê?
    Postura simbólica.
    Sinto muito, diante da...

OCUPAÇÃO da CADEIA VELHA:
    Há problema - logístico pra plateia, em subir a serra, pra ver a diversidade teatral no palco.
    Isto é decidido - fazer aqui ou na Capital, se houver bastidor - na Cadeia Velha, pra consequente ocupação do NOVO Teatro Coliseu, com novos textos - defesa de uma política pública verdadeira.
    Sair de uma sala de aula pra ir a mais um "museu" na cadeia, o aluno fica refém - subliminarmente, de autoridade repressora, ao invés de emancipar-se na liberdade de... pensamento.
    Há ousadia ao contrapor-se, também, à lógica de mercado, de arte reducionista - dos globais, em seu espaço: sucursal global - prédio de "A Tribuna", que alberga seu complexo - em acabamento, quase na mesma quadra do Coliseu, para ali sim os artistas globais repetirem seu teatro de variedades, imposto por sua maciça presença midiática, para que assim o Coliseu possa, finalmente, assumir seu verdadeiro desafio de, sem dar lucro, conquistar novas plateias, para o erudito e artes cênicas desassossegadas - plenas e diversas, de Cultura.
    O que seria da Cultura Médica e de seus pacientes no S.U.S. - Sistema Único de Saúde, se este só tratasse de doenças que dessem medo ou lucro?
    Oficinas culturais emancipam em cidadania plena, sem os grilhões do mercado e do medo paralisante.

    Quais são as perspectivas de interferir - democraticamente, no Museu do Café - gestado pelo mesmo instituto - interessado na terceirização também da cadeia? Ali o restaurante em seu último andar - revestido em madeira de lei e boa acústica, está desativado e não vira um espaço musical por qual razão - por exemplo?
   Discutir, pra mim é isso, ou não?
Ricardo Rutigliano Roque - moderador do Cultura Caiçara. 

Aforismos - Ricardo Rutigliano Roque, http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/12/liberdade-pra-cadeia-velha.html.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Seu Sorriso...


Seu sorriso
de canoa
já navega
em meu mar
de esperança.


Seu Sorriso... - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Joga Gude Que Vira Bola.

 

Vamo-que-vamo com inflexão dá briga moleque.
O lúdico esclarece - rapa em bolinha de gude,
pelo maior dos meninos, falta introspecção, não!

Pedagógica, a cultura machista recrudesce,

a judiação está na não prática de esportes.
Só desportismo é insuficiente pra dissipar.
 
Energia acumulada - programa preventivo,
dá pra elaborar - ideal pragmático é bem vindo.
Há torcedor que apenas sobe em ônibus fretado,
já na estrada de volta - ausência de ação,
prevaricação do agente público - limite há.
Arte dá vivência antecipada, desde que a reflita.
 
O jornalismo investigativo a explicita,
há dificuldade de cada coadjuvante ceder,
protagonismo no jogo criativo bem jogado,
há tensão no concreto armado, na falta de um espaço
insuficiente pro fragilizado ser evocado -
ausente construção do personagem está patente.
 
Desde aí há construção de uma sociabilização
desconstruído respeito ao outro ao compartilhá-lo.
O fascismo mostra quando extrapolado o seu poder
oriundo da lei que o nutre há sua real vontade
submeter sem recombinar medidas palmo à palmo.
Ausente ética - percepção real de cada um.
 
Parece que aforismo traz amadurecer focado
na historicidade acumulada que a contenha,
já opinião projeta sua impressa vontade -
coerência perdida em sua miríade só.
Coletivo assemelhado ao que acabo de emitir,
há sua presença assim no campo como arquibancada.
.
Joga Gude Que Vira Bola - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/12/joga-gude-que-vira-bola.html .
 


 
 

sábado, 29 de novembro de 2014

É Natal.

 
- Do nono aqui uma lágrima...

Está nessa prosa
meu amor à vida
prova infinita
da realidade.


- Pra cada pingo do i...

Está em tais versos
meu querer que leia
projeto impressão
de gozoso dia.


- Desde o ápice dessa que é
a nona - meu feminino...


Está em meu ato
perpétuo socorro
percepção retida
parte do vazio.


- Na ordem do alfabeto.

É Natal - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/e-natal.html .

domingo, 23 de novembro de 2014

Encontro o menino sob uma sombra.


Um encontro pode estar no calor,
do sempre compartilhado leite materno,
e no frescor da água buscada na fonte;
nas pegadas de um passado,
na verdade presente,
ou em por vir incerto:
num encher de esperança com brincadeiras de uma criança.

Numa racionalidade que nos redima,
da ignorância de tantos saberes;
na deferência da simples presença,
um brinde ao determinismo biológico, que nos una,
e intimismo que traduza o universo de cada um;
num drama grosseiro para o bem de uma literatura maior:
mais importante que a própria realidade ou seu duro relato.

Numa afirmação da pura existência,
num mimetizar da obra do padre Vieira,
naquilo que também há deixado de dizer;
num toque de alguém sinestésico,
olhar de alguém visual,
palavras de outro ou
audição de outrem, mais cognitivos;
na tristeza de um até logo,
para além de uma exigente convenção.

No relato de um escriba,
receita de um curandeiro,
carregada em meio à poeira de um viajante,
sob o céu de um sonhador,
sob os ângulos das estrelas, medidos por um menino,
para a ginástica humana de sua professora.

Apenas num retorno às origens,
na degustação de uma mesma pizza de duas cozinhas,
no sorver de um champanhe, com gosto de vinho tinto e seco,
sobre uma mesa apoiada na argila,
numa insistência em nos separar
da subterrânea e pura água guarani.

No silêncio incontido de uma reflexão,
traduzido numa gota de suor que esconderá a lágrima,
refletindo o orvalho em meio à seca;
mastigar que reprima o sorriso,
recobrindo uma plenitude de alma,
tudo numa abordagem poética que pare o tempo.

Há deportação
no livro que a emoldura -
fascismo julga ao longe.

Balança onda
natural induzida
toda ornada
maré alude
radical alinho
veludo indelével
lúdica harmonia
avistada.

 Cria... repercute
inocência até
nascer ameríndia
camaradagem.

Bebê ouve
nativo insonoro
telúrico sentir
melhor ao regurgitar
alimento vida
íntimo lar
há alegria!


sobre sua cabeça,
seco no forte sol -
o sapé refresca.
.
Encontro o menino sob uma sombra - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/encontro-o-menino-sob-uma-sombra.html .

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Linguagem Vizinha.


Já o via antes
oníricamente
precavido agora
ungido liberto,
ontem cativado,
hispânico ar...
linguagem é a
única xangrilá,
retida ouvirá,
quem utilizar
emudece a sós.


Linguagem Vizinha - versos, de Ricardo Rutigliano Roque no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/linguagem-vizinha.html .

domingo, 16 de novembro de 2014

Caminha com Pó na Areia.


       Devolução de um caminhar, subtraído da areia... ausência de droga injetada com sua rombuda agulha e presença de pó aspirado na praia, há! Redução de danos - paradoxal.

Caminho com Pó na Areia – aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:

Debaixo da Ponte.


Jogar alguém pra debaixo da ponte e criminalizar essa pessoa, pelo nível do rio, é do culto à miopia.

Debaixo da Ponte - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/debaixo-da-ponte.html .

domingo, 9 de novembro de 2014

Metrô e Veículo Leve Sobre Trilho.


Movimento-manifesto, extraviado está,
se traduz toda a remota razão, tão oca.

entre voos
vida em oca árvore -
andorinha se aninha

Viagem em indigna condução ultrapassa,
limite ontológico, sem a linha expressa.

na volta pra casa
sol em tênue horizonte -
névoa domina

Válida, em simples obrigação, é bem vinda
receita de estado, que tranqüiliza-a.
Romaria, induz liberdade humana... ôba!

Metrô e Veículo Leve Sobre Trilho - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/metro-e-veiculo-leve-sobre-trilho.html .

O Conto dos Prédios.


- Bom dia.
- Pra evitar reinventar a roda eu pergunto à você...
...há algum movimento de tombamento da praia de Santos, que inclua as ondas do mar? Sim, porquê a luminosidade natural é que atrai a fauna à beirada, e proporciona fotossíntese à flora, que serve de habitat natural aos alevinos, além mangue...
...há ação cível pública que proteja o direito ao banho de sol, em nossas praias? Sim, porquê direito ao silêncio, dos ali residentes, em detrimento à cultura na "Concha Acústica", foi preservado, agora: o outro lado da moeda será obstar sombras dos prédios - "godzila", antes que só tenha noite em nossas praias.
- "Não. Não há. Uma vez fomos conversar com um promotor público sobre o direito ao sol. Dissemos, à época, que havia várias casas que estavam deixando de receber sol, por causa da construção de novos prédios. O promotor riu da nossa cara. Quem falava muito disto, era o Zwarg. Mas acho que não existe nenhuma acão judicial, neste sentido. O Zwarg falava da luminosidade das praias e das argêntias, e da reprodução das espécies."
- Sim. Direito privado contra direito privado - entre vizinhos, é ação individual, mas um bem público que é o nobre espaço da praia, de sociabilidade, de defesa do "modus vivendi" caiçara e fonte de turismo, no deleite de uma qualidade de vida - "meta do milênio", além do que o sol da manhã é o único que ajuda a absorver vitamina essencial pra constituição óssea... que horas o sol baterá onde trafegam os caminhantes?
- "Você tem razão. A maior parte dos EIA-RIMA nem contempla isto."
- Alguém poderia fotografar a sombra de um "godzila" nas areias da praia, em suas diversas horas pra publicar e impactar a opinião pública.
- "Aí, eu acho que vai ficar difícil!"
- Uma foto pra publicar no facebook já estaria de bom tamanho.
- O seu filho tem as manhãs e "manhas", para tal empreitada?
- "...me desculpe estou meio atrapalhado, agora."
- Abraço.
- "Estou com comida no fogo."
- Inté mais.
- "Tchau!"
- Pro tempero de sua comida envio uma carta aberta.
   Votarei, pessoalmente, em quem discutir um Plano Diretor da Cidade com:
a) Dr. Paulo Saldiva - Laboratório Ambiental da USP, para autorizar novas habitações distantes a mais de 100 metros dos grandes corredores com automotores de combustão fóssil e respeito aos primeiros raios de sol, da manhã, ao menos na praia, importantes à constituição óssea humana;
b) Professora Lenimar Rios - Faculdade de Urbanismo e Arquitetura da UniSantos, sobre o ângulo diedro nas construções, previsto no antigo código de postura de Santos, para permitir prédios, a serem construídos, com altura proporcional à largura da rua;
c) para comprometer-se, então e assim, com a volta do ângulo diedro no Código de Posturas do Município, um respeito aos raios de sol das manhãs nas areias da praia, onde circulam os caminhantes, a autorização de novas construções residenciais, apenas a mais de 100 metros das vias de grande fluxo de combustão fóssil, ao registrar em cartório tais posturas discutidas, assumindo-as em plataforma de governo.
* Cultura Caiçara, para um futuro:
S.U.S.A. - Sistema Único de Saúde Ambiental, e
A.S.U.M.A.-A. - Artesanal Sistema Único de Meio Ambiente - Ameríndio.
 
O Conto dos Prédios - ensaio, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/o-conto-dos-predios.html .

sábado, 8 de novembro de 2014

Hábito.

   Fruto de uma prerrogativa humana chorar é universal e assim é percebido em toda nação, ou seja pátria-mãe e Estado; evitar querer petrificar as lágrimas, para que não caiam ou se evaporem, ao invés disso torná-las, pedagogicamente, mais transparentes e, a meu ver isso também cabe ao Estado, torná-las visíveis em sua cor para os cidadãos, mesmo que seja cor de sangue.
   Legitimar hábitos na nação - égide da lei, ao avaliar para avalizar ou condenar desvio de média, apátrida, cabe ao juiz e, em seu dizer humanístico, assim evitar prevaricação na análise de litigante ousadia, contida em lágrimas - corruptas ou corruptoras.
   Ao povo cabe enxugá-las ou tomá-las pra si, em busca de uma melhoria de hábitos, em pedagogia de adulto que emancipa uma criança, portanto acrescida à postura de parede intransponível, necessária de autoridade. Quem impede é a policialesca prontidão.
 
Hábito - crônica, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/habito.html .

Andorinha e Névoa.


entre voos
vida em oca árvore -
andorinha se aninha
 
na volta pra casa
sol em tênue horizonte -
névoa domina
 
Andorinha e Névoa - haicais, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/andorinha-e-nevoa.html .

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Esgarçado Cerzido.


O esgarçado, escutado, é que faz o cerzido, pensado.

O Esgarçado Cerzido - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/o-esgarcado-cerzido.html .

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Escritor de Inquieto Livro.


Meu sentimento enorme navio,
seu recôndito pequeno porto...
através de cristalina água
degusto seu amor... inquieto.


Aroma sentado à mesa é
fragmento de ausente olhar.


Paciente presença... ascendente
é sua branca luz em minha noite,
escuro matiz, antes o medo,
em claro dia me dá a vida.


Escritor de Inquieto Livro - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/escritor-de-inquieto-livro.html .

sábado, 25 de outubro de 2014

Marcelo Ariel.


M ar -
 nimo
R emanso,
C ontumaz
E nobrecer...
L iberdade
O ntológica -


A narquia
R emanesce,
I mensurada
E statura -
L ivro.


Marcelo Ariel - acróstico, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/marcelo-ariel.html .

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O Torcer Adversário e o Ladrar Vizinho.


incomoda, oh, falar do fanático!
...cala-se, você, só diante dele,
em lances de futebol duvidoso...


ladração: ao competir com silêncio
tão necessário pra você - cão-homem,
para ouvir a si próprio, preciso...


caminhar grande, cão ladra pequeno,
permanece cada qual em seu lado...
mas, sem sucumbir ao muro-divisa
 

domingo, 19 de outubro de 2014

Palavra Filmada.

 
   Gilberto Mendes - 92 anos, no dia 13 de outubro de 2014.
   Singela homenagem, do curso de literatura, "Como Escrever Um Livro", ministrado pelo
Marcelo Ariel.
https://www.youtube.com/watch?v=i4b1zh8sYLY&feature=share
 
Palavra Filmada - filme, co-participação de Ricardo Rutigliano Roque, linkado - à partir do: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/palavra-filmada.html .

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Brincar Guarani.

 

infância insuficiente para ser,
reserva de humanidade, ao estar,
guarani imaginado pelo branco,
em pegadinha - brincadeira chorume

criança além de forte,
na fila pra jogar bola -
preciso gramado

estigmatiza essa lágrima no outro -
pantomima, sê perto, pra rir com ele.
Palavras... nada, tudo, nunca e sempre,
presentes estão em teu vocabulário.

sinto a brincadeira,
no meio de atlântica mata -
minha infância Guarani

exercita humanidade almejada,
há querer, que está à mostra em ti -
liberto indígena, com vida, à pé...
licença pra brincar tem que ser agora.

 
Brincar Guarani - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/brincar-guarani.html .
 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Diálogo Caiçara Navega.

 
   Um caiçara olha o mar. O horizonte é olhado, desde remoto tempo, pelo caiçara. Ele está sobre a ponta do penhasco, tentando avistar o pássaro, que mergulhará na água, pra saciar sua fome com o cardume. O vir-a-ser do mergulhão é o cardume - peixe a ser partilhado.
   O filho do caiçara o avista, desde a praia. As ondas estão brancas de espuma, mas há correnteza que a diminui. O Sol está com seus raios oblíquos, projetando uma sombra rasteira e preguiçosa. Um passarinho às suas costas, voa, livre e solto, com gravetos no bico, pra fazer o seu ninho.

cochilo na praia -
entre dueto de trinados
me espreguiço
   A tarde cai e o caiçara resmunga uma canção, que ninguém ouve.
   - ...mar me ajude, pra com riqueza cruzar e o meu rumo mude, prum horizonte mirar.
   O sinal deixa de ser dado, na ausência de cardume, pro seu par à espera na canoa, que só aguarda pra sair à pesca.
   Fica a canoa, à beira da praia, pro dia seguinte.
 
Diálogo Caiçara Navega - conto, de Ricardo Rutigliano Roque - http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/dialogo-caicara-navega.html .

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O Cupido do Seu Corpo.


pegada rasa...
à frente o caminho livre  -
seca de primavera


sua ovulação
me apraz, agora, aqui...
abraço me aconchega
no olfato feito flecha.


em meio ao vento
um farelo solto -
piquenique

O Cupido do Seu Corpo - versos, de Ricardo Rutigliano Roque - http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/o-cupido-do-seu-corpo.html .

Aforismo.

  
   Família é, com pior ou melhor condição, de diferente tamanho:
. com pouca perspectiva - de sobrevivência da prole, há aumento dela;
. na melhor expectativa - de vida, além de sobrevivência, a prole é menor.
   Por isso...
   Quem é liberal - crê na livre iniciativa, longe da política pública - vota no Collor, por exemplo, redunda ao declarar, aqui - na internet, seu voto. 

    Ilustração encontra palavra, em plano de governo. ...ícone playboy - ilustração sem palavra, não resolve...
    Sinto muito. As propostas liberais vão contra a política pública, coisa que deveria pautar a discussão.
. A resiliência da Dilma a faz personagem crível, e o alcoolismo dele embrutece;
. A frequência dele em Aspen expõe - como candidato, à percepção de que está com muito dinheiro - perdulário e incontido;
. O ataque aos 10% usual na iniciativa privada, em comissão, deve ser combatida com financiamento público de campanha - coisa que o liberal é contra;
. Só 3% dos crimes são cometidos por menores e desses só 1% são hediondos: mas a aprovação da maioridade penal necessita ter maioria no Congresso - coisa que o candidato não terá;
. Está longe da função do cargo majoritário em disputa - aprovação da maioridade penal, mas o candidato induz, a erro, com percepção de ser, nessa função - executiva, aquele que resolverá;
. Tal percepção - centralizadora, enfraquece a percepção de necessidade do legislativo, que fica exposto à votação descuidada, com eleição de parlamentares inoperantes - Tiririca, por exemplo, este que reforça quando diz não fazer nada;
. Estadismo é pensar em crianças - futuros universitários, e os conselheiros desse candidato só preconizam ensino gratuito durante o fundamental;
. Citam, os seus conselheiros, apenas o FIES - com devolução de valores após formado, instituído pelo governo militar, e ignoram o ProUni - que desobriga uma devolução em espécie;
. Apregoam pagamento na graduação em universidade pública.
    Sinto muito - repito.
    Ricardo.
 
Aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/aforismo.html .

Piquenique e Seca de Primavera.


em meio ao vento
um farelo solto -
Piquenique
 
pegada rasa...
à frente o caminho livre  -
Seca de primavera

Piquenique e Seca de Primavera - haicais, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/piquenique-e-seca-de-primavera.html .

Abelha - em versos.

 
alma traz uma calma,
ideais aceleram,
persona natural
traz a compreensão
 
cachos pendem...
eleva-se o olhar -
florida Sálvia
 
em seu esforço voa
me apraz agora, aqui...
abraço, aconchego,
no olfato feito flecha.
 
no zumbir da chegada -
abelha com alimento
elege a rainha
 
Abelha - em versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/abelha-em-versos.html .

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Gilberto Mendes em Ópera.


   A crítica é inerente à escrita e, assim como, a escrita ao escritor - indissociáveis.
   A genialidade de Gilberto Mendes pode, em sua capacidade de organização, liderar uma roteirização de sua obra na ópera, por gostar da música-teatral e música-cinematográfica, ou ainda por coerência do enunciado: há música de teatro e de cinema, diferenciado do senso comum: de que há teatro e filme musicais.
    É o vazio denotado que assumo pertinente, nesta defesa, ma
s a obra é dele e ele a faz do jeito que queira - como denota seu estilo, em ousadia poética e propositiva.
     Abraços poéticos, agora mais musicais.
     Ricardo.
 
Gilberto Mendes em Ópera - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot,com.br/2014/10/gilberto-mendes-em-opera.html .

sábado, 4 de outubro de 2014

Armando Sendin.


A rauto...
R egenera
M iosótis,
A djetiva -
N utre
D edicação,
O nde


S ubstantivo
E sgueira-se.
N ítida
D ireção
I luminada -
N otável.


Armando Sendin - acróstico, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/10/armando-sendin.html .

domingo, 28 de setembro de 2014

Madrigal "Ars Viva".

SESC - Santos, no "Festival de Música Nova".
. Madrigal "ARS VIVA" - repertório Medieval,
à pedido do Maestro Gilberto Mendes, e
. Tarso Ramos, no
Dia 4 de outubro - sábado, as 20h.
Grátis - mediante retirada de ingresso, no local, à partir das 10h.
Inté lá.

Ricardo.

PROGRAMA - do Madrigal "Ars Viva" - sob a regência do maestro Roberto Martins.
Apresentação em 04 de outubro de 2014 - sábado, as 20h.
Local: SESC - Santos, São Paulo.

PROGRAMA:
Hec dies - Estilo pérotin, c.a.1200;
Hymn to St.Magnus - anônimo, séc. XII;
Candida Virginitas Flos Filius - Notre Dame, c.a. 1250;
Veni Creator Spiritus - Hrabanus Maurus, c.a. 776-856;
Salve Regina, séc.XII, gregoriano;
Ave Maria medieval Carol, séc. XIII-XIV;
Nowel Sing we - anônimo, séc. XIII;
Missa Notre Dame Gloria Sanctus - Guillaume Machault, 1300-1370;
Alle Psallite - motete, séc. XIII;
Rosa das Rosas (das cantigas de Sta. Maria) - Alfonso X el sabio, 1221-1284;
Ondas do Mar de Virgo, cantiga de amigo (em galaico português) - Martin Codax, meados séc. XIII;
Gloria in cielo - anônimo, séc. XIII;
Volez vos que je vos chant - anônimo, séc. XIII;
Douce Dame Jolie - Machault;
Prendes i Garde - Guillaume D'Amiens, final séc. XIII;
Quant vois-Virgo-Hec-Dies - motete anônimo, séc. XIII;
Dame suis Trahi - Adam de la Halle, 1240-c.a. 1228;
Trop Désire à Revoir - Adam de La Halle, 1240- c.a. 1228;
Ballade 17 - Machault, 1300-1377;
Per la Mia Doce Piaga - Francesco Landini, 1325-1397;
Ecco la Primavera - " " " ;
Pucelete Je Languis Domino - Moteto Anônimo, séc. 1230;
Io Son un Pellegrin - Giovanni da Florentina, meados séc. XIV;
Vite Perdite me Legi - Notre Dame, Paris, séc. XII;
Isayas Cecinit - catedral de Tortosa, Espanha, séc. XII .



 
Madrigal "ARS VIVA" - programa no "Festival de Música Nova", no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/madrigal-ars-viva.html .

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Reflexo.


Sente, o empobrecido migrante, sua cor favorita,
ao arranjar uns trocados, pra retocar a tinta,
na venda da tecitura de seu mar natal, se
deixadas duas lágrimas, misturadas, às ondas.

Compartilha trabalho, alquimia do desejo...
lamber de focinhos -
a matilha presente à vida
no calor do nascimento.

O poeta é, na avidez dos olhos, o pintor...
cegos, por perdida areia prateada, agem sós.
Caminham há anos, para ali estarem, mas
tornadas continente as inquitetudes ilhadas.
 
Reflexo - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: 
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/reflexo.html.

domingo, 21 de setembro de 2014

Estação Sorocabana Que Me Habita.


Pra lembrar, que assim faz História, aguarda despertar,
revive sem revide suas feridas escolhidas,
romance habitado por sentir: despedir-chegar,
veja suas flores, nutridas por chão tão cultivado,
de contos que habitam seu desnovelo emocionado.


Pode ser o ponto alto de terra só gramada...
na face sul do jardim, com raios de sol no arbusto,
faz sombra na trilha, antes vergalhão alisado -
dormentes lembranças, noite aconchega o partilhado,
o Ibisco majestoso com sua flor rosada.


Passará ao largo a composição do elétrico,
futuro deixa o esfumaçado menos quilométrico,
resguardo, contra efêmero progresso, do trilhado -
vai e vem adianta silenciosa postura,
cem anos passarão à ferroviária cultura.


Estação Sorocabana Que Me Habita - versos,
de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/estacao-sorocabana-que-me-habita.html .

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ilustração Encontra Debate.

   ...faz defesa, à la "Zé Carioca", assemelhada à postada por escritor e professor de oficina literária da "Estação Cidadania", solidária desde aqui, o próprio chão - Brasil, dos preconcebidos "Irmãos Metralha" - imagética Cuba, com "merecido" bloqueio unilateral, imposto desde o chão do "Mickey" - Estados Unidos. Há pobreza, mas onde está? Material no fragilizado contexto caribenho ou ético, ostensivo de algoz, no Atlântico Norte?
    "Bay
-bay" aos preconceitos - desde a Guerra Fria, "hasta luego" ao voyeurismo - digital, e meu olá aos princípios de ação - do diálogo, desde o Brasil - contexto de alguns debatedores, onde há percepção, em verbalizado debate, de ausente conhecimento tributário. O bloqueio citado - de Cuba por USA, caracterizado fica, sob ótica daqui, na justiça tributária e/ou do trabalho, onde oferecem ferramenta jurídica - "nexo causal". ...mas, na dificuldade de caracterizar o seu efeito provocador, oferece outra: "nexo técnico epidemiológico", que onera, sem necessidade de estabelecer nexo causal, ao sancionar, com maior tributação, a entidade provocadora do mal, numa conquista no Estado atual. O exótico é mais fácil de abordar - por estar longe, mas na ótica daqui estaria, assim, judicialmente caracterizada.
   Trato da vida há na escrita, mais presente, se trouxer emoção - poética, diferente de ostentar escrituração moral - implícita dentro da toga. O contexto bem estaria se, longe de odioso e preconceituoso, apreendido e não só ilustrado - propaganda chata, em estratégica indução - sensação de já debatido, em tema tão caro.
 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Marias Aristotelianas.

 
Pra Lapa
um caminho da vida
depois de brincar.
 
Dá-me o dom da palavra,
bem querer,
se injusto
irei me ajustar.

Pra Cristina
uma rua da vila
pra me harmonizar.
 
Harmoniza-me
na ética –
humano legar.
 
Pra Luisa
um viés da vida
pra me socializar.
 
Hipnotiza-me
companheira,
se escuro,
místico caminhar.
 
Pra Sílvia
pica-me o caminho
pra muito eu amar.
 
Clarão
liberta um cindir -
eu enxergo seu liderar.
 
Pra Teresa
um pedido de amor
pra muito viver.
 

domingo, 14 de setembro de 2014

Desculpa.


Apenas aguardar um perdoar divino,
tão improvável quanto pleno amar só vespertino.
 
Relevar humano dispensa pedido
e espanta desengano.
 
Lentidão nos passos
no ressecado chão -
novena de chuva.
 
Você poderá sentir,
ter chegado longe seu existir.
 
Administrar sentimentos no self
antes de solucioná-los com perdão no céu...
enfim.

Desculpa - versos reeditados, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/desculpa.html .

Parceria musical - Roque & Baraquet, no link: https://soundcloud.com/user109475440ricardoroque/desculpa .

Boia ou Escotilha.


Ausente visão do porão, pra maior sonho,
em local de oleosos cabelos, sem vento,
no anseio por sol. Quanto mais alto está,
ali, maior o balanço que embala sono.
 
Pergunta incauta: há porta que leve ao centro!?
 
...seu ausente lastro, com presente mareio -
potencializado, seu só por fora estar,
empresta, você, a quem só se agarra, mais,
à boia... cadê escotilha? ...dá visão!


a cada braçada
as cores passam -
beijinhos na margem
 
Boia ou Escotilha - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/boia-ou-escotilha.html .

sábado, 13 de setembro de 2014

O Rito.


O Rito - prosa, em sala de cinema.

Primeiro Ato.
pele adormece...
desde o sopé me aquece
uma boina de lã

- Há imagem de protagonista homem.
- Mantenedor - primeiro plano, é.
- Criativo e embebedado no sangue...
- ...de sua mulher esvaída, mas...
- Que escorrega, por trás dele, ou vai...
- ...pra dentro de reinventado ser.
- Protagonista é roteirizado.


Segundo Ato.

há ramas no chão,
batata-doce no fogo...
aroma e sabor

- Agora mantido, por subsídio.
- Protege, infantil postura, bem.
- Ao desaparecer dali - ação.
- Falta limite pra adolescente.
- Mostrado na cama - ela e ele.
- Subsidiado ser, recriado.
- Perseverança, premiada está.


Terceiro Ato.

caminho escuro -
andarilho percebe
a estrela de inverno

- Sucesso - clareza de ideia, há.
- Sublimados pensamentos - supridos.
- Real protagonista é adulto.
- Infantil, tentativa, à suprir.
- Emancipado pelo criativo.
- Autor, na condição de se fundir...
- Com amada, depende de carinho.


Quarto Ato.

em seu frescor
antecipa um sabor -
flor de abóbora

- Há crise, a autoridade ameaça.
- Adulto recorre, criativo é.
- Emancipado, na clareza, está.
- Propositada proteção - criança.
- Rebela-se, adolesce - por si.
- Em coadjuvante postura, adianta.
- Há autoridade: vitimizada.


Quinto Ato.

corrida pela praia
os corpos agora lavados
pela chuvarada

- Querer roubar, a cena, submissa.
- Enquanto isso o criativo corre...
- Pra emancipar, autoridade, sábio...
- Com conhecimentos sejam poupados...
- A criança e o adolescente.
- "Pulmões de homem, coração de pássaro..."
- Mundo com plenitude conquistada.


O Rito - prosa, de Ricardo Rutigliano Roque , no link: 
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/o-rito.html .

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A Três Braçadas de Camus.


A Queda.
  - Tão baixo está nosso avião quanto as águas daquele canal, que apontam a praia!
 - Até acabei de ver a estátua do Padre Voador,  Bartolomeu de Gusmão, o seu predecessor.
  - Eu sempre piloto em obediência à ordem, natural, das coisas.
  - Parabéns.
  Mancha no azul do céu - galho com algodão rabisca de branco.


Há condicionado ar...
numa bolha em seu céu
é vencida a turbulência -
só há nuvens carregadas
pra aquele ao lado, sentado.
 
Secura o faz piscar,
saliva umedece lábios,
em estalos inaudíveis...
passos ecoam, no vazio
dalma, à altura se projetam.

 Buuuuuuuuuuuummmmm...!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

A Fome.
  - Ah... os dentes dele, postiços, saíram!
  - Cuidado com a pata...!
  - Você - pai, não viu seu filho perder o braço?
  Gira na mão, movido à correria - vermelho catavento.
  - Não... Eu estava com olhos cheios de lágrimas, de alegria agora frustrada, desde a primeira investida do tigre, naquela jaula.



O Topo.
    Tudo e todos apoiados naquele palmilhado chão, agora breu, daquele quase cego.
  - Como você anda e não cai daqui de cima...!?
  - O tempo... sem vento, me ajuda.
  - Bom dia, então... por onde passa, pra sair?
 - Indo em direção à cerca, recém consertada, de bambu.
  - Onde fica?
  - Lá... de onde eu vim.

   Cachos pendem... eleva-se o olhar - florida Sálvia.
  Com habilidade rodopia o cajado, que para, próximo à face de seus atônitos interlocutores... a afiada lâmina da foice aponta.
  Morro - tão vivo, do Itararé... topo quase celeste.
 
A Três Braçadas de Camus - prosas, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/a-tres-bracadas-de-camus.html . 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sua Música.

 
Você traduz partido alto
qual areia induz
andar sem salto.
 
Venha de longe
chega mais perto
sua voz é meu dado certo.
 
Canal leva meu pensamento
pra maré balançar o firmamento.
 
A vida lá fora
ao som transcendo
letra atrás desse momento.
 
Sua Música - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/sua-musica.html , musicados em parceria - Roque & ... , no link: https://soundcloud.com/user109475440ricardoroque/sua-musica .

domingo, 7 de setembro de 2014

Ausente Presença de Figura Infinita.


Morre, ao escolher, seu apenas ver
assombrado, ou concebe devaneio
com infinito olhar vivificado.
Receptivo desejo, dá vazão!
...contínuo, deitar em sua cama,
sonho desperto, vê-la tão carnal -
aroma inspirado, idealiza,
vive em face humana partilhada.


no zumbir da chegada -
abelha com alimento
elege a rainha


Idealizada presença, densa,
poética colhida a seu tempo,
término laboral retido em ganhos,
entregues, dia a dia, em atenção.


colher no pé
uma vermelha amora
hum! sorvê-la com gosto


Perpetuada em saborosas frutas,
recebida vitalidade suas,
conquista concebida, preservada,
bons momentos - recorrentes chegadas.


prenúncio de brotos
na estação de trem -
chuva criadeira


Livre entre as costuras, que deixam
antever suas curvas, reentrâncias...
querer gestual - sentí-la mulher,
antes de conhecê-la, desejá-la,
antes do sono possuí-la, ser
invasor das paragens, só coberta
tecida, em algodão, que embala sonho -
nutrido dizer, ao ouvir... amado.

Ausente Presença de Figura Infinita - versos,
de Ricardo Rutigliano Roque, no link:
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/ausente-presenca-de-figura-infinita.html .

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Abelha.


no zumbir da chegada -
abelha com alimento
elege a rainha


cachos pendem...
eleva-se o olhar -
florida Sálvia
 
 
Abelha - haicai, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/abelha.html .

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O Mickey Não Veio.

 
   - Mickey - este você chama, por favor, pra mim? - à paciente já consultada.             
   Não escuta, ou será que não veio?!
   - Seu nome deve estar na agenda. - à enfermeira.
   - Só se estiver no banheiro! A sala de espera está cheia. Dá uma olhada...
   - Espera aí. É surdez do Mickey ou...? o clips cobre o "L"!
   - Micheeeely?!
   - Pronto... sou eu.
   - Agi como o Pateta! ...também, voz do Pato Donald, nesse barulhão...!
   - ...já vi de tudo, mas Mickey?! Michely aqui é, na letra feia e sacolejar do caminhão em rua de pedra, uma roça sem chuva!
   - Você dá fé pública do ruído e audição, em reclamação?

   Sinto que os pingos caem da folha, mas é a força do vento que balança o chorão.
   - Pra não dizer que não falei em pé de chumbo... eu engraxo e batuco, denúncia do silêncio roubado, na caixa de sapateiro do Pelé Museu, ao lado.

Conto, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/09/o-mickey-nao-veio.html .