domingo, 24 de setembro de 2017

Roque de Torres.

Hoje, revendo minhas atitudes quando vim embora,
reconheço que mudei bastante - Osman Lins, em
A Partida.

   Tio "Sukita" na idade do lobo – uma propaganda, em paquera àquela já não tão menina, esta cordeiro natural que evoca ataque com a certeza de resultar em submissão.
   - Aguarda-se sua retratação, mesmo você tendo aprendido de forma imanente!
   Ao transferir essa sensação de busca de sucesso, incessante e à qualquer preço, que pague o preço!
   - Há uma mão que cuida, à cintura dela, o que faz contraponto à minha postura – agora perceptível em foto, de uma ação sem regras, como se tivesse sido tirada num "não lugar".
   Ao clicar se torna protagonista em cenário, distópicos, até ali utópicos de homem público em "parque olímpico", ambos cedidos ao show de rock, onde se pressupõe respeito à jovem – ali retratada como "paisagem", tornada protagonista na foto, até então coadjuvante relaxada e anônima, em uma não pose!
   - "Lambe-lambe" fotografaria e exporia em binoclinho tal foto ao fotografado primeiramente, mas a ser vendido a qualquer outro que se interessasse. Foi tentado, ao menos àquela moça flagrada, a venda de tal instantâneo!?
   - Ah, vá! Minha postura qualquer nota, compulsória ao jogar-lhe culpa por faltar-lhe burca, obstaculizaria tal venda! Sinto muito!
   Tal homem público foi ao Rock in Rio, onde deitado na grama fotografou, de baixo pra cima, uma menina pelas costas e, sem consentimento dela - talvez menor em idade legal, postou tal instantâneo na internet. Por isto se comenta.
   - Depuro em minha cabeça, com bom humor, mas, quem preferir fica no humor escolhido, porém eu já relevo.
   Medo é bom, pois faz pensar, porém numa turma junta, ganha atenção aquele com proposta mais ousada, posando de "corajoso".
   - Busco meu alterego, este escolhido até sob crivo de um superego coletivo, mas, mesmo longe de simples ego de outrem, em sinergia agora.
  Adjetivar seria um obstáculo, àquele homem chamado à retaguarda, para se conscientizar. Que se releve, com coragem, ao se sentir retratada torre que consiga, assim, se enxergar na outra, para poder trocar de lugar com ela.
rrr./

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Quinto Elemento.

   Os galhos secos e retorcidos da árvore à frente de outra, esta com suas flores - pensada moldura, dão efeito de estilhaço ao vidro do prédio ao fundo, e pegam o protagonismo pra si!
rrr./

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Assma Gabriela.

A
S ua
S abedoria
M e
A ntecede.

G anha
A
B ase -
R adicaliza.
I nvoca
E xultante
L imite -
A lém.

rrr./

Francisco Ubaldo.

F azer
R egistro
A o
N adar -
C ustomiza
I matura
S egurança
C olegial
O bstinada.

U ne
B eleza
A o
L adrado!
D ivaga
O ntologia.

rrr./

domingo, 17 de setembro de 2017

A Garrafa Reflete o Jogo.


É no ínfimo que eu vejo a exuberância – Manoel de Barros, em Livro sobre Nada.

   - Encimo cachimbo, tal qual minha fábrica a chaminé! 
   - Ambas nuvens de fumaça o encobre!
   - Mão jogadora só a sua aparece!
   - Minha garrafa a reflete?
   - O vidro convexo a expõe.
   - Você antecipa meu descarte?
   - Prefiro sorver seu conteúdo, servido em taças!
   - A cor de vinho tinto é a do meu sangue.
   - Flui para se saborear.
   - O que cai ao chão é o que resta aos meus!
   - Minha cartola me protege, sua avistada mortalha.
   - Meu chapéu claro o ilumina.
   - Avisto do alto de minha ereta coluna.
   - Já a minha sinto curvada.
   - Ninguém nos olha!
   - Meu abandono o protege.
   - Sua exuberância capitula sob meu jugo!
   - Seu jugo é meu jogo.
   - Se eu julgo, você joga?
   - Obedeço!

Os Jogadores de Cartas, de Paul Cézanne, serve de argumento a esse conto - https://g.co/kgs/tqochp . 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

“Luzes na Sombra” - Conto, editado.

O Abandono me protege – Manoel de Barros, em
Livro sobre Nada.

   Concebida em afresco, neste seu respirar. Você passa o caminho. Sombreiam redentoras mãos. Paira semblante que avista. Olhar acolhe primazia. 
   - Já que é uma manifestação ao evento Histórico, cabe um registro. 
   Está fora de indutora leitura diária, esta que criaria hábito saudável. Todavia, há esse acesso tardio e restritivo ao leitor de ficção, sem seu acolhimento. Hoje é rareado espaço, assim tornado. 
   Solta-se espaço lúdico. Convida areia à bola. Tranças e boina à espera. 
   - Alusão ao espaço cedido à ficção? 
   Divide-se submissa em aulas. Baila no salão à bonequinha. Tarde em música à espreita. 
   - Reconhecida como importante se tornada cotidiana leitura em jornal, preconizada assim, de um conto por dia. Por isto. 
   Chama quem carrega o infante, essa em abreviada vida. Sorri àquele que fica. Flamba. Paira sobre chuvosas nuvens. 
   - Mas, agora já existe o blog - forma disponível e democrática, ao menos pro internauta. 
   O que torna menos devastadora a restrição imposta à impressa, antes em tão aberta e rotineira acolhida à ficção. 
   - Isto se pensado em novos leitores a serem criados. 
rrr./

Baluarte à Ficção em Jornal.


   Já que é uma manifestação ao evento Histórico, sem acesso ao conteúdo na foto, cabe um registro. Alusão ao espaço cedido à ficção, esta reconhecida como importante se tornada cotidiana leitura, em jornal - o Flávio Viegas Amoreira preconiza a leitura de um conto por dia (por isto).
   Está fora de indutora leitura diária, esta que criaria hábito saudável. Todavia, há esse acesso tardio e restritivo ao leitor de ficção, sem seu acolhimento. Hoje é rareado espaço, assim tornado. 
   Mas, agora já existe o blog - forma disponível e democrática, ao menos pro internauta, o que torna menos devastadora a restrição imposta à impressa, antes em tão aberta e rotineira acolhida à ficção. Isto se pensado em novos leitores a serem criados.
   Parabéns a seu baluarte, Flávio. 
   Abraços.
rrr./

domingo, 10 de setembro de 2017

"Luzes Sobre Sombra".

“Luzes na Sombra”

O Abandono me protege – Manoel de Barros, em Livro sobre Nada.

   Concebida em afresco, neste seu respirar. Você passa o caminho. Sombreiam redentoras mãos. Paira semblante que avista. Olhar acolhe primazia.
   Solta-se espaço lúdico. Convida areia à bola. Tranças e boina à espera.
   Divide-se submissa em aulas. Baila no salão à bonequinha. Tarde em música à espreita.
   Chama quem carrega o infante, essa em abreviada vida. Sorri àquele que fica. Flamba. Paira sobre chuvosas nuvens.

rrr./

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Brevidade!

B asta
R econhecer,
E xumando
V ida,
I ntensa
D ensidade
A locada -
D adivosa
E scrita!
rrr./

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Através da Janela.

   Concebe seu dia no leito. Cabelos revoltos do embate noturno, hálito trocado com seu amante, celular desligado de interferências, mas receptivo e carregado para outras notícias, despertador travado à tempo, cadelinha lambendo seus pés e marido ao banho. Desliga-se dos sonhos, se espreguiça, tira suas meias de inverno, sua camiseta à mantém quentinha pra ler suas anotações de cabeceira, colocar os chinelos, vestir roupão de banho, caminhar ao banheiro, levar virtuais respostas às dúvidas acessíveis em seu celular. Escova seus dentes alvos e seus cabelos pretos, com olhares trocados no espelho, onde se vê - sem enxergar-se, ao volante em seu caminho diário. Serve o café, pra outro deleite, com outros olhares. 
   Nasce seu dia à janela. Cortina já presa por suas delicadas mãos, deixa avistar o asfalto, preto - como seus cabelos, o verde do jardim - de seus olhos, o cinza do céu - de sua calcinha, a água da chuva - de sua saliva, vento na vidraça com o frescor de seu hálito, pássaro silente na árvore, como sua voz e do jornal na marquise com ideias como em sua cabeça, cadelinha ouvindo a ração na tigela após alguns poucos passos - tudo tilinta em compasso arrastado. Reflete o branco da parede o vidro daquela janela.
   Paz também no dia à rua. Carro na garagem sob o toldo, com portão preso por vasos postos em prontidão matinal, pneus secos em meia banda, e já molhados em outra, movimento que denota o cocô dos ratos no pátio, com eles desde o bueiro até os canais de Saturnino de Brito que os protege da gente, e esta de água empossada. Vidro da janela molhado pelo vento úmido, evita voo rasante de pássaro que ali se estatele.
   Renasce na noite à cama. Banho tomado, roupão largado, corpo alimentado, com olhos sagazes e a cadelinha já acarinhada, beijos são trocados, afagos acolhidos, murmúrios escutados, ela serve-se no acolhimento da alcova, com janela às escuras. Sobe aos céus em sonho.
rrr./

Sereias e seus Peixinhos!

Gostar de sereias e seus peixinhos, da água e do vidro de seus aquários, esse quebrando, por paradoxal que pareça, ao simples toque!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Ver e Enxergar.

V er
É
R estritivo

E nquanto

E nxergar
N ão.
X amã
E merge
R evitalizado.
G anho
A utoral
R evigora.

rrr./

Valdir Alvarenga.

V ai
A o
L onge,
D iariamente
I nforma
R ecálculo.

A o
L imite -
V azio
A
R egistrar,
E xistência
N ormatizada.
G ratuitade
A briga.

rrr./

Chão no palco.

Acolhido palco chão,
violão está à mostra,
chega ouvido mais aqui.

Ecoado chão no palco,
necessitado dizer -
gozosa água fluida.

Alimenta o dito e feito -
espelhada harmonia,
pé direito até o céu.

rrr./

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Aprendi.

"Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano):
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem de suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu a forma. Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo.
Fazer noiva camponesa voar – como em Chagall.
Agora é só puxar o alarme do silêncio que eu saio por aí a desformar.
Até já inventei mulher de 7 peitos para fazer vaginação comigo." - Manoel de Barros. (*)

   "Cuide bem do seu amor, seja quem for", assim: pra não discutir pessoas, propor ideias, né!?
   Que tal assim: não subserviência tolhe e não autonomia traz dignidade, não esperança coragem, não gratidão recompensa, não escrita desmistifica, não acolher conforta, não saber assegura - não minta assim!

rrr./

* “As lições de R.Q.’, ‘Livro Sobre Nada” - Manoel de Barros, pág. 55.

domingo, 3 de setembro de 2017

Flávio Viegas Amoreira.

F elino.
L ê
A li
V estígios -
I nduzida
O ntologia.

V oz
I nduz
E scrita
G rave.
A rrisca
S olicitude.

A marra
M iríade
O nde
R egra
E nterra
I nebriada
R udeza -
A feto.

rrr./

sábado, 2 de setembro de 2017

Manuel Florencio Paula Neto.

M anhã
A li,
N aturalmente
Ú mida
E
L anguida,

F aceiramente
L enta.
O lha
R efeito
E ntardecer,
N ítido
C om
I mensa
O ntologia.

P resta
A li
U m
L imite
À

N oite
E leita,
T raçada
O ntem.

rrr./

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O sapato e o sapatinho.

Compra à credito protagonizada em filme, antes de greve em protesto à postura exploratória coadjuvante de patrões em indústria, em contraponto à atual servidão à dívida (*), longe de heróica ferramenta usada por "Os Companheiros"!
*
O sapatinho é a dívida
deixada no baile - shopping,
e o boleto é a meia furada,
que o príncipe - carteiro,
leva à porta - caixa postal,
da Cinderela!?

Não deixa de ser uma "Morte na Praça" (*) - Dalton Trevisan.

* livro que fui pegar na biblioteca Mário Faria, durante "Cine Letras".