O dia me é
boa manhã ensolarada
na praia hoje
com pequeno ao chão
tão pequeno fui
a memória praia
me acompanha,
Iemanjá em meu mano,
ouvidos de Capistrano,
Arns como meu maná,
Bonifácio a me articular.
O Poeta faz marisco,
uma ostra virá
pra com pérola poder
sertão virar mar.
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...no baixar de cabeça
pequeno foco
concretude norte abstraída,
Poetas como meus pés,
Zwarg sem viés,
tal Chico defendo floresta,
pra hoje fazer a festa.
O Poeta faz marisco
uma ostra virar,
pra com pérola poder
sertão virar mar.
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...intrépido poema
num querido convívio,
O Chico Mendes é mantra:
de vegetação cobriu
solo mãe gentil,
poxa... , que Brasil!
Iemanjá me ajude,
pra com riqueza cruzar,
e meu rumo mude:
pro horizonte mirar.
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
Como me atrai
contraste semente
praia útero
onde pequenos criam,
A mãe Zilda Arns,
com a multimistura,
representa a ternura:
criança sem paura.
De Iemanjá um arco
azul do manto,
a bom bordo barco
cubra o campo...
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...sinto a força com pequeno aos braços
e na volta caminhante
do só trabalho
areia fofa e peso às costas,
Desde Itanhaém, do Zwarg,
boa nota nos boletins:
afastou a nuclear
da Juréia-Itatins.
Cisco no olho zangão
lacrimejará
pra fluir o mel
onde velejará...
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...qual o que leveza sustentável
demarcada em pegadas
na maciez de suas areias
nuances vivenciam querer estímulo,
Com o Capistrano Filho:
Casa Anchieta no trilho;
viu pai na cadeia velha e
mãe discursando matéria.
O Poeta faz marisco,
uma ostra virá
pra com pérola poder
sertão virar mar.
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...ator e cenário fundem
contemporâneo e passado
longe do anacronismo o amanhã,
Já José Bonifácio
levou república ao palácio:
mesmo monarquista,
projetou democrata santista...
O Poeta faz marisco
uma ostra virar,
pra com pérola poder
sertão virar mar.
Eu poetizo e luto
pra comer marisco,
e pro clima não esquentar:
se preciso for matuto.
...todavia me é bom anoitecer enluarado
mesmo só retorno
elas em mim virão memórias erguidas
enquanto olhar o ainda distante horizonte.
"As palavras faladas são a música
adormecida' e 'as palavras escritas são a música congelada" - Marcelo
Ariel.
Ser "moleque" virou ato rebelde e
heroico, onde cada vez mais estiver difícil ser criança, mas um simplismo seria
um desserviço ao estigmatizar-se a vida adulta, todavia impúbere na
consciência.
O jogo de bola de rua, que ali acontecia por
ser de areia, havia sido transferido à praia até agora, mas agora também é
invadida por automóveis, após as 18h., o que provoca disfunção em espaço
lúdico, no fechar noturno de seus Postos de Salvamento.
Um "não lugar" estará
reconquistado, tal e qual a rua simbolicamente "deixada" aos dejetos,
em paradigma a ser mudado, nessa perspectiva.
Não subestimar, um novo olhar, será resistir
em esquinas por onde caminhemos, nesse despontar de defesa da concretude
caiçara, porém em imaterial dimensão cultural, além de sua pesca, já saboreada
por sensibilizados em alma cosmopolita.
O evento laico desta proposta poderá
acontecer em sinergia com coletivo ampliado - período pré carnavalesco, mas com
conteúdo comunitário - respeito à diversidade cultural de cada poeta, em
direção à arte caiçara.
Fomenta aqui um diálogo, com o coletivo que
impacte o ambiente e agrave a saúde e ator social que proponha um
programa preventivo de respectivos agravos e impactos, num fórum permanente de
prioridades calcadas na sustentabilidade, minimizando indiretamente o passivo
ambiental já existente sem ampliá-lo, com apoio aos estudos - oficinas.
Há importância em projeto que nesse berço,
sinérgico de uma cultura regionalista, dê uma dimensão central à psicologia
social e antropologia, além dos humanos cinco sentidos e, ao referenciar teses
que viabilizem antíteses, induza à
abordagem universal - longe de um totalitarismo bairrista, portanto com
expectativa de poder replicá-lo - mudança cultural demanda tempo.
Exercícios humanizados, em tática saída do
dilema de prevaricação em postura propositiva, dentro de um direcionar
estratégico à prevenção, no cuidar de patrimônios coletivos - natureza e
cultura caiçara, contributiva para cada segmento de atuação humana em possível
vazio existente, todavia na expectativa de presumida deliberação positiva à
ocupação de um Programa de Saúde Ambiental, mais especificada e idealizada e
nessas teses na condição inalienável dele - autor do Projeto Arrastão Cultural,
dentro de um também autoral Programa de Saúde Ambiental, em sua vertente
lúdica, para assim suprir demanda de tal grupo nesse preceito: "levar
poesia às ruas", agora direcionado à atuante postura, ampliada, até então
internalizada.
Verso e Crônica de Ricardo R. Roque, no link:
...que
o abraço de cada um, em seu par, aconteça em concha, nessa Semana da Cultura
Caiçara. ...que tenha um sentido poético. ...que o caiçara - de antropomorfismo
europeu, negro e indígena, seja testemunha de seu tempo. ...que o peixe partilhado,
fisgado por coletiva alma, fique longe do iceberg da simples presunção, de
outrem ou minha.
Verso e Crônica de Ricardo R. Roque, no link: