segunda-feira, 17 de março de 2014

(In)Gratidão nos Saraus.

Vivas, à rede! Tecida pescadora,
caiçara fisgadora  é que doura
peixes no encontro forte e diverso
grande pra não celebrar abrasão
selvagem mar, em ondas, é mais são. 

Reclusa coerência manifesta
feita luz de vela, libertas esta,
vistas vossa roupa lavada à mão
ávida quarada em cotidianos
varais ao vento mais que mundanos,
que na terra em varapaus cravamos. 

Compareço, assim vestido ao sarau
como sal, nado mal, mas se areais
palavras em semelhança mamais
satisfeito engasgado abraçais,
isso digo, não sei que mal há, a tais.

Versos de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/03/ingratidao-no-sarau.html .

sexta-feira, 14 de março de 2014

Grato Encanto.


Em flagrada foto
há caiçara pesca,
onde branca barba
colha olhar criança.

Depois da chuva
em pleno verão -
é meu arco-íris.

Meu dizer presente
caiçara anima,
ecoa metálico
no instante azul.

Sinto seu frescor
em vermelho rosto -
leque perfumado.

Versos de Ricardo R. Roque,
no link: 
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/03/grato-encanto.html .

O caiçara traz marisco,
uma ostra virá
pra com pérola poder
sertão virar mar - Poeta Caiçara em Mar Selvagem, de Ricardo Rutigliano Roque, na abertura da Semana da Cultura Caiçara, em foto de @[100001445948971:2048:Christina Amorim].

Mar Selvagem.


PESCADOR CAIÇARA, NA FORTALEZA
DO MAR SELVAGEM.

Fica olhando
rememorando,
tua atenção
libera entrada a
Zumbi.

Aportado
debruçado nas
águas.
Belicoso,

amadurecido.
Resignado?
Revisitado e
aculturado.

Garanta
resplendor
à navegação,
Desperta

elementos
diametrais,
essências
sangradas.

Agora
nutre
teu ouvir em
silêncio.
ALMA CAIÇARA,
EM PRAIA SELVAGEM.
Vi quem habita sua alma, / onde ao lado quis minha morada fazer, /coube a você decidir / e a mim aos sentimentos obedecer. / A maciez de minhas intenções / beijou de olhos fechados / seu reticente sentimento, / agora numa direção / do néctar caudaloso / que norteia voo de beija-flor, / e dá descanso ao rastejar de rapina / por mero aconchego / em meio à praia  deserta / até ali sem sombra.

MANGUEZAL
DO MAR SELVAGEM.

Na mudança de postura
Troquei a moldura.

Pavimentei nosso jardim
Desapareceu o jasmim.

Esse novo caminhar
faz-me repensar.

Na quebra do asfalto
mangue enfraquece o salto.

A culpa do muro
é nenhuma no escuro.

No aroma da flor alheia
ouvi apenas canto de sereia.
PRAIA GUARANI
DO MAR SELVAGEM.
O dia me é / boa manhã ensolarada / na praia hoje / com pequeno ao chão / tão pequeno fui / a memória praia / me acompanha, / no baixar de cabeça / pequeno foco / concretude norte abstraída, / …intrépido poema / num querido convívio. / Como me atrai / contraste semente / praia útero / onde pequenos criam, / sinto a força com pequeno aos braços / e na volta caminhante /do só trabalho / areia fofa e peso às costas, / …qual o que leveza sustentável / demarcada em pegadas / na maciez de suas areias / nuances vivenciam querer estímulo, / ator e cenário fundem / contemporâneo e passado / longe do anacronismo o amanhã. / Todavia me é bom anoitecer enluarado / mesmo só retorno / elas em mim virão memórias erguidas / enquanto olhar o ainda /  distante horizonte.
MAR SELVAGEM – FERRAMENTA.

Fazer acontecer: solidarizar-se num plano,
Ao evitar o urgir de demanda que humilha:
na ausente ferramenta.

Está aí a chance de ser,
no ato disponível,
num contínuo acontecer.

Se há complexo de Édipo saciado,
possuir a terra terá sido apenas um evento:
faça-se programa sustentável.

Bah, Chê:
social da beira da baia,
fórum mundo afora.

Gana tem de recebê-lo;,
no meu limite geográfico e político,
num encontro testemunho.

O gen me fez humano,
todavia assisto, meio animal,
ao termômetro planeta.

CAIÇARA 
EM MAR SELVAGEM.

Caiçara é meu mano,
ouvidos de Capistrano,
Arns como meu maná,
Bonifácio a me articular.

Caiçara como meus pés,
Zwarg sem viés,
tal Chico defendo floresta,
pra hoje fazer a festa.

O Chico Mendes é mantra:
de vegetação cobriu
solo mãe gentil,
poxa… , que Brasil!

A mãe Zilda Arns,
com a multimistura,
representa a ternura:
criança sem paura.

Desde Itanhaém, do Zwarg,
boa nota nos boletins:
afastou a nuclear
da Juréia-Itatins.

Com o Capistrano Filho:
Casa Anchieta no trilho;
viu pai na cadeia velha e
mãe discursando matéria.

Já José Bonifácio
levou república ao palácio:
mesmo monarquista,
projetou democrata santista.

POETA CAIÇARA 
EM MAR SELVAGEM.

O Poeta faz marisco
uma ostra virar,
pra com pérola poder
o sertão virar mar.

Caiçara à pesca,
pra com riqueza cruzar,
que o rumo mude:
pro horizonte mirar.

Do caiçara um arco
azul do manto,
a bom bordo barco
cubra o campo…

Cisco no olho zangão
lacrimejará
pra fluir o mel
onde velejará.

O caiçara traz marisco,
uma ostra virá
pra com pérola poder
sertão virar mar.

Versos de Ricardo R. Roque,
que…

REMANSO EM 
MAR SELVAGEM.

Maré enchente
a bebê-la,
na vazante
sim, a comê-la.

Uma conquista
se mais lenta,
Intimista
a amamenta.

Em um nadar
não tão ébrio
ao gestar
aporta o brio.

Falar sem grita
ela domina,
é bendita,
brinca, oh menina!

ANTROPOFAGIA DO 
MAR SELVAGEM.

Vou tratar minha cidade:
como minha querida mulher.

Percorrer suas curvas
até seus pés descalços:
como Peruíbe e Itanhaém.

Sem fazer de conta que só tenha cabeça:
como Santos,
onde cresçam cabelos:
como prédios.

Desobstruir artéria:
como sua antiga via férrea,
que me leve ao seu coração:
como São Vicente.

Permitir-me passar por seus seios:
como Mongaguá e Praia Grande,
faça, me perder, em seus braços:
como Bertioga e Guarujá,
e beijar sua boca voraz:

como Cubatão.