terça-feira, 27 de maio de 2014

Negra Leitura.


Vai a beleza e fica a leveza,
próprias do livro, ainda a ser lido.
 
O negro é vida - olha-o pouco,
convidativo betume que
conserva as raízes, desde o útero,
seu enxergar, as veladas mãos,
que contrasta com peso do mundo,
do rápido olhar, flexível leito,
numa curva ainda a ser criada.
 
Enlaça a poesia sentida,
abraça seu sensível caminho.

suas asas pretas...
como as areias, ondulam -
voa pintassilgo

Versos de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/05/negra-leitura.html .

sábado, 24 de maio de 2014

Pedagogia.

P oesia e postura
E coam
D ignidade
À
G ente
O u
G ritos
I nsanos e improdutivos
A trapalharão.

Acróstico de Ricardo Rutigliano Roque, em 24 de maio de 2014, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/05/pedagogia.html .

sábado, 17 de maio de 2014

Laninha.

Virou lama meu au-au
por pneu atropelado,
mesmo longe de ser pedra
foi por aquele levado. 

O gostoso era brincar,
ter o pé metido em lama,
com a Laninha também,
sempre a saracutear. 

Minha infância escaldante,
tinha areia e argila,
por caminhão basculante
trazidas de uma pedreira. 

Versos de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/05/laninha.html .

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Parnacéia.

Tamanha fase parnasiana é
a minha, que vou a remar sozinho,
percebo longe meu verso Noé...
aporta um mar - moderno comezinho. 

Insólita prosa, do medo meu,
que verbaliza se a métrica, dessa
minha remada, se bate à beça
no verso, mesmo, o que ainda não leu. 

Rema o meu verso, versa o remo à praia,
tira onda, se rola areia, pesca,
prosa o dito, reza o terço, não caia. 

Céu, areia e mar, num só encontro
pega onda e afasta seu melhor -
verde, azul, branco e amarelo é suor.
 
Versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/05/parnaceia.html .

À Rua... um Poeta.


É visto, aos olhos de terceiros,
como aquele que não faz nada -
quando escreve, pois aparenta
um inerte fisicamente
mas naquele momento pulsa,
se sua alma faz frente à
demanda reprimida – essa,
de até instantes atrás, e
caminha ao lado de quem só
acredita em seu bico em
pena que o açoita, nos seus
versos chicote, que vem no
estalo de poema dito. 

Seus ouvidos, agora ouvem... 

A poesia à rua é nua -
escritor vendendo obra,
contexto que livro fomenta,
com busca ativa de leitores...
esse estou eu, no que é mantido,
sarau tradicional - estático,
pro corpo, mas com benefício
inovado organismo seu
nesse caminhar e remar,
que oxigena a alma, inspira
mais que transpira, com o Sol
poente ao fundo, em seu cenário
audível - um chorinho no aquário. 

Versos de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/05/a-rua-um-poeta.html .

terça-feira, 13 de maio de 2014

sábado, 3 de maio de 2014

Faltam-me Leitores.


ao descer o morro...
uma folha verde -
primavera do bambu
 
Diz no interfone... onde está a sua chave,
já vi o tapete pra limpar meus pés,
álcool gel pras minhas mãos eu limpar,
luz pra subir escada, até você,
um olhar por entre as suas cortinas,
cheiro de comida mineira, e tenho,
apenas, uns quatro bambus às mãos,
uma rede de pesca e um livro,
de artista e ainda faltam-me leitores.
 
um vento bate,
em meus cabelos...
frio leve de outono 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Primavera do Bambu e Frio Leve de Outono.


ao descer o morro...
uma folha verde -
primavera do bambu

um vento bate,
em seus cabelos...
frio leve de outono
 


  
 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Guaru do Saturnino.


Guaru no canal
mosquito abocanha,
se este se assanha
você passa mal. 

Saturnino trouxe,
ele apresentou-se -
o peixe esperto,
no canal aberto. 

Fechado canal
maré se levanta -
parece normal,
é o que encanta. 

A comporta é
trabalho prelúdio,
sempre um refúgio -
mesmo com maré.

Versos de Ricardo Rutigliano Roque, no link: