segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Último Poder do Anarquista!

A palavra oral é,
dos analfabetos da escrita,
o último poder do anarquista!

rrr./

domingo, 29 de outubro de 2017

Tua Água Aporta.

(“Ela Me Abriu a Porta”).

Não há água escapulida, chove em ti.
Nega-te à assorear, na enchente bebes.
Aninhas-me, tão embalado sonho-te já.
Minha natureza. Ficas em teu rio caudal.
Moro aí, enriquecido, em teu fluído.
Mangue à filtrar o orgânico, afinal.

Chuva instilada da margem te faz rio grande.
És água de beber, igual àquela, tu corres.
Desde a nascente, originas meu beber.
Existes apenas nascente, ao brotares?
À jusante tu és gota à gota. Instilas.
Água das margens à direita e à esquerda.

Liberas o fluir da chuva, pouco à pouco.
Tua exasperação. Vens de incorreção.
Teu renascer acontece em todo trajeto.
Mata ciliar, em tuas margens, água tem.
Esta liberas, na estiagem, só aos poucos.
Evaporas, e nas moradas do céu reténs.

rrr./.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Onde Corre Água

O Blues canta a mulher metendo a mão no bolso do negro, ela a figura metafórica do patrão - senhor escravocrata do algodoeiro Estados Unidos. 
Dar voz à quem não tem é a função do escritor. 
Borges era segregacionista, quanto ao negro. Eu fico com o Blues e a Capoeira, esta também manifesta luta. Uma pra manutenção da alma, em música, e outra pra fortalecer o corpo, em dança. Submeter-se ao senhor dominante seria, metaforicamente, o aforismo poético "chuva no mar é desejo" - Flávio Amoreira Viegas, se inverte o sentido desse fluxo e de alma, na corporificada água que nutre a nuvem e desta a fome do homem em sua lavoura, por evaporação, pra tirar, sem ceder mais água ao elemento dominante, a salgada água do mar!
rrr./
https://m.facebook.com/groups/962601467174094?view=permalink&id=1196568387110733

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Banho Presente.

("A Lista de Presença").

Caixa avisa, prefere gestante.
Filho dirige, carrinho, rasante.
Fila anda com seus pés sós, ilhados.

Digitar senha, empobrecer cristo.
Shorts e maiô, convite ao mergulho.
Crédito, débito, aguarde isto.

Fuga com seu umbigo rumo à água,
dirigido banho sem nenhuma mágoa,
humanizado minimalismo é
nosso relaxante nesse mar aberto.

Colorido cartão não detiver,
arrasta o chinelo, põe camiseta,
se luz-neon exuberância der.

Rosa, vermelho, azul e seu preto,
praia, você, iluminismo, gueto -
na mucosa, unha, céu e cabelo.

Laços sem nós, que bem, feminino faz
à pequena vida de sombrinha minha,
inspirada aqui em Vinícius, dê mais
gratos abraços, Moraes em oficina.

Você poeta à espera, menina.
Vários minutos de perda na esgueira.
Terra na mão, sozinha não germina.

Saborear à noite é a pedida,
frescor da feira, escolhida em vida,
mesmo na chuva com lua escondida.

rrr./

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Ritual de Passagem.

("Linguagem de Almas")
   Faltava a insígnia, àqueles dois escoteiros no barco, de adestramento na formação necessária!
   - Já faziam por merecer presença, pois estavam em franca evolução, Tatao! Eles iriam demonstrar o conhecimento assimilado a seu chefe durante a viagem.
   - Apenas se fizessem jus à insígnia em tal esforço, todavia, só lá na praia, Bio! Mas, soube que um deles começou a vomitar em meio as respostas, da boca e do barco pra fora, tanto quanto o vento permitia.
   - Até parece que você estava lá!
   - Eles me contaram, depois do episódio.
   - Foi assim. Os barcos singravam o mar da Baia de São Vicente, em formação de esquadrilha de aviões, ali em estreitada saída a mar aberto, quando tal emese se deu.
   Há bancos de areia na Garganta do Diabo, desde a Ilha Porchat à ponta do costão rochoso, maciço do continente sul americano, que separa a praia de Paranapuã da Itaquitanduva. Ali se formam ondas, em corrente marítima em tal estreitamento, que quase capotam sobre si mesmas, ao subirem em cristas sem volta, pois não se quebram!
   - Ali uma onda, atrás da outra, dura.
   - À espera da melhor onda havia uns três surfistas, sem nenhuma pressa.
   Permaneciam sentados, com seus cabelos compridos, sobre suas pranchas, só levemente curvados.
   - Era uma situação insólita, não?!
   - Como assim!? Era um contraste libertador, para os jovens impecavelmente vestidos dentro do barco – lenço ao redor do pescoço preso por arganel de couro, sob a visão de protagonismo jovem, com ou sem tutela adulta.
  - Você os recebeu ainda lobinhos, ao passarem a escoteiros, meu pai, desde as mãos de minha mãe a Kaá e de seu predecessor na chefia de tropa, deste a mulher- Baghera, respectivamente cobra e urso de alcatéia.
  - Saudoso Marinho. Este em verdade foi quem os recebera ainda lobinhos, na travessia do rio imaginário, do “mundo do Mogli” – menino da selva, como você bem sabe, com o apenas auxílio meu à época.
   - Mas, havia uma fragilidade de “escoteiros da terra”, nessa entrega de seus destinos ao timoneiro de barco.
   - Faziam uma atividade marinha, vivendo uma aventura com segurança, mas em diferente ambiente daquele onde adestrados. Apesar da maioria ser nativa daqui.
   - Vestiam coletes salva-vidas e eram bem acompanhados, por outro barco de bombeiros, à espreita.
   - Os barcos eram de madeira, com motores fortes de centro e, portanto, silenciosos.
   - Os olhares surpresos, foram perceptíveis em prova heróica de bom prognóstico, capacitador de seguir em frente e, quiçá, logo mais sem a ajuda de um adulto. Esta na visão ensejada.
   - Um estímulo mútuo, empírico e estudado.
   A saída de Itapema em barco, seguida de uma volta de quase 360º em torno da Ilha de São Vicente, ao redor das cidades de Santos e São Vicente, com chegada prevista à Ilha de Santo Amaro, com sua cicatriz imposta à Mata Atlântica pela cidade de Guarujá, mas esta protegida em passado recente, de ataques marítimos à sua face em mar aberto, por forte em extendida defesa à costa brasileira, num périplo curto, se comparado com a da família de Bio e Tatao, desde a Itália.
   Somente o lema anterior deles, enquanto lobinhos, “melhor possível”, em meio à alteridade do “sempre alerta” dos escoteiros, para enfrentar tamanho estímulo escalonado, à zona de segurança, esta desafiada em seus rituais de passagem, na defesa da própria vida!

rrr./

domingo, 15 de outubro de 2017

Fabião Nunes!

F az
A meríndeo
B eneficiar
I ntroduzido
A limento,
O nde

N utra!
U rge
N aquela
E mergida
S eca!

rrr./

Nome Do Menino.

"Meu Ideal Seria Escrever".

  A rua recebe o sol da manhã e, desde cima do Morro do Itararé, desperta mais tarde a gente. Há sombra projetada da casa de um menino que, de tão próxima dali, não é alongada pelos raios de luz quase verticais pra vencer tamanho cume.
  Mário deixa de ser, homônimo em seu gênero ao Maria de suas irmãs ou de ancestral, sem nunca ter sido, em obstada proposta, por compulsão daquele ao jogo de azar. À sombra de gozosa vontade de gestar, jaz inominada, a sua ensejada natividade que alavanca gratidão da prole ou não, agora cessada por sua varonil chegada.
   - Qual o nome dado? Pergunta sua tia avó.
  - Essa decisão fica pro nascimento. Responde seu pai.
  O Sol nasce todo dia e tem um nome, já aquele menino é, prestes a se esparramar em seu mundo, alvo da busca do seu. Nasce e faz sombra sobre o gestar, agora obstado, de eventuais conceptos.
  Ele já está grande, quando pega um triciclo que é de todos. Joga-o contra uma pilha de tijolos ali, sobre a calçada, empilhados para tal impacto. Outra barreira está, intransponível à bola por ele compartilhada no jogo de rua, contida em roseiral, da jardineira que aquela devolve, em algoz decisão, findo o entusiasmo nela, tornada alvo por tantos chutes imprecisos.
  O mar está entre morros, assim protegido das ondas oceânicas, em aparente brevidade à travessia, desmentida por numerosas braçadas, cavadas na água, que impulsionam a prancha de isopor do menino. No outro extremo da ilha há esforço, desmedido de seus bíceps e tríceps, em ataque à curva rumo ao mar aberto, contra a maré enchente, na baleeira do clube de regatas.
  O rabiscar de sua protagonista caneta traz, na escrita, o seu nome: Menino, no coadjuvante papel.
   Antes de escrever há percepção de que é um menino escrito.
  Sua mão está firme, seguida por sua ideia. À direita é escrito o que sua mente apenas copia. A ponta da caneta só aponta. Os olhos veem, ainda sem enxergar, o momento.
  Há, ali onde ele trabalha, um ventilador em assemelhado ficar, com volteios, de sua grafia azul, depositada no papel que a recebe. Já as linhas são de outro tom azul, que contrasta com o vazio, sob branca nuvem que se deixa descortinar, para visão do céu.

rrr./

EDIÇÃO  DO CONTO ORIGINAL -
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/08/o-nome-do-menino.html .

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Flávio Amoreira Viegas.

F az
L ibertária
A
V oz,
I nvisivelmente
O ficinada.

A té
M iríade
O nomatopaica
R eminiscente,
E steticamente
I ndividualizada,
R everbera
A li.

V ida
I ntegra,
E rigida,
G ourmetizada
À
S antos.

rrr./

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Não Foi Meu Melhor Momento.

 (“Não foi minha melhor idade”).

   Cemitério amargo é o do humor.
   - Quer fazer de seu comportamento um padrão de normalidade ou moeda de troca!?
   - É que meu corte de cabelo não é bem humorado!
   - O que representa, então!?
   - Despojado, estou, do ego. Viceja como ápice de meu alterego!
   - Assemelhado está ao eriçado pelo de capivara!
   Que os convivas relevem, tal fala inadvertida, na defesa do roedor em detrimento à imagem do professor.
   - Você se entusiasmou ao apresentar seu conto Capivara em Mogi, dentro da “Arte de Amar”.
   - Mas, foi depois que ele se referiu à obra como sendo outra “coisa”, né!?
   - Relevar essa brincadeira, se audível compulsoriamente em sala.
   Mas, ele defendeu o personagem do conto pautado sobre amor. A oficina por ele recebida foi o que o motivou. Ao termino do dizer ele retrucou ao ataque feito. À tese da capivara ser uma maravilha sobreveio antítese de seu interlocutor, de que não gostaria de ser uma. Ao que voaram poucas palavras em retrucada síntese, em direção ao dono do cabelo espetado.
   - Ausento-me do cafezinho à saída. Poupo alguém de voluntariosa postura, em um Fla-Flu, deselegante se explicitada em gesto.
   O convívio de ontem se explica, ao rebobinar a fita. Vindo de lançamento na livraria Realejo, um dia antes, de obra bem humorada: "A Jaca do Cemitério É Mais Doce".
rrr./

domingo, 8 de outubro de 2017

FESTA NA MARATHON:.

F esta
E stúdio!
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A niversário!

D elícias
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M eio-dia
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R efeição!
A nda!
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H omenagem:
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N ovembro.

rrr./

FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO MARATHON – 2017, corpo discente e docente em parceria (12:00h. da última sexta-feira de novembro – 24/11/2017):
   ALUNO(A): aniversário da Camila;
   PROFESSOR(A) e FUNCIONÁRIO: aniversário do Cyro;
   ALUNO(A): convidado(a) por seu/sua professor(a) e funcionário;
   PROFESSOR(A) e FUNCIONÁRIO: convidado(a)s por aluno(a);
   Ambos ao ESTÚDIO, para dizeres e fazeres, e à CANTINA, para comeres.
   QUANDO e ONDE:
   ESTÚDIO as 12:00h. da sexta-feira – 24/11/2017 (ao final da aula de alongamento  do Prof. Cyro - uma hora antes do final da feira da av. dos Bancários), e
CANTINA, logo à seguir.
   QUE TAL?
Ricardo - autor (*) e preposto coordenador, ricardorutiglianoroque@yahoo.com.br , (13)98155-5544;
   Cyro – coreógrafo da performance (**);
   Cantina “Natural de Mãe”, da aluna Camila, parceria anfitriã - cede cantina e bolo, este servido após os salgados (***);
   Marathon Academia, dos profs. Renato e Flávia; parceira anfitriã: cede estúdio, e media custeio via "feetcoins" (****);

* dizer poético – solo: empresta à audição seus autorais dizeres: Fortaleza da Barra Grande, O Dia e O Sonho e, à cada leitura individual, sua coautoral obra antológica: Haicai Caiçara, com tercetos seus e de seus pares haicaistas;
**  gestual – coletivo, coreografado pelo prof. Cyro;
*-**  livre performance – dizer ou gestual: de memória por cada um que queira, em cúmplice prestígio de seu convidado par, também na:
. entrega de presente – aos aniversariantes Cyro – professor, e Camila – aluna: obra de arte autoral de artista prata da casa;
*** buffet - bolo e salgado: este servido ao aluno que avisar a seu cantineiro com 7 dias de antecedência, preferido a ser degustado por este aluno e seu professor convidado, para terem, assim, o que comer;
**** custeio coletivo – presentes e buffet: mediante "feetcoins" cedidos por alunos, generosa e compulsoriamente desses prepostos anfitriões; mediado desconto pela Marathon, isto acrescido de complementar liberação de "feetcoins", antecipados frente ao tempo exíguo para uma individual obtenção.
***** VOCÊ!                                

rrr./ Programa de Saúde Ambiental - autoral.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Escrever!

É
S ua
C onstrução
R edentora!
E scrita
V ívida,
E m
R emissão!

rrr./

E legia!
S e
C onsoante
R eluta,
E voca
V ogal.
E ntroniza,
R eina!

rrr./

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Buraco na Casa da Palavra!

("A Grande Surpresa da Minha Vida!")

"Imoral é somente estar morto-vivo, extinguir o sol dentro de si e ficar ocupado em extinguí-lo nas outras pessoas" - D. H. Lawrence.

   Como proteger a palavra?
   Tentou-se cavar um buraco negro, no mar daqui, com saques a metais nobres, trazidos do Rio da Prata, por navios fundeados em nosso povoado, protegidos por cascos forjados em cobre, pelo ferreiro Withal, casado com a filha de Adorno - senhor de engenho de cana de açúcar, no século XVI.
   Obstada fluidez de pensamento, em singradas águas de nossos mares, como em avenida, esta metrificada por semáforos. Em seu asfalto o testado limite.
   Tentou-se cavar um buraco branco, na praia daqui, com lojas no emissário submarino, em meio à fluidez de pensamento, que se mantém em caminhada sobre suas areias.
   Tenta-se obstar pensamentos forjados em tantas caminhadas, com lojas empilhadas sobre buraco descolorido, cavado desde a casa da palavra, esta afastada, assim, da dança de roda, por ausente sabor de fruto da cultura caiçara.
   O pior castigo é o desprezo, este merecido por quem decreta sem diálogo! Denotada parcialidade! Esta em qual parte? Naquela que não lê ou na que tampouco escreve? Relevar é preciso. Seguir. Descer na correnteza, sim, mas nadar de braçadas e sorrir. As vezes se é transversal pra despertar, mas longitudinal para sonhar acordado.
rrr./

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Capivara em Mogi.

(“A Arte de Amar”!)
   Caminha à passos lentos, mas nada firme em sua odisseia.
   Aporta pelo caminho, para descanso de seu par.
   Mantém o ritmo à favor da corrente, ao descer o rio.
   Permite aludir, em tal procura, uma melhor paragem.
   Úmido estar para maior mobilidade.
   Sonho desperto para dormir alhures.
   Determinada noite é chegada.
   Ao casal o laurel.
    Uma atração em espelhado oásis, em seu frutífero determinismo, este esparramado à margem.
   Sua invasão à raia olímpica, para seu simples ser.
   Para ver sem ser vista, a Capivara brinca invisível, apenas pelos demais, mas aparece naquilo que fluí, agora sua doce praia.
    Há torcida, mesmo em sutil ausência desde o Alto do Tietê.
    Os filhotes da Capivara em coleção dágua.
    Manhã de sol se aproxima.
    É sabida a permissão.
    Manifesta é a festa.
rrr./