("Linguagem de Almas")
Faltava a insígnia, àqueles dois escoteiros no barco, de adestramento na formação necessária!
- Já faziam por merecer presença, pois estavam em franca evolução, Tatao! Eles iriam demonstrar o conhecimento assimilado a seu chefe durante a viagem.
- Apenas se fizessem jus à insígnia em tal esforço, todavia, só lá na praia, Bio! Mas, soube que um deles começou a vomitar em meio as respostas, da boca e do barco pra fora, tanto quanto o vento permitia.
- Até parece que você estava lá!
- Eles me contaram, depois do episódio.
- Foi assim. Os barcos singravam o mar da Baia de São Vicente, em formação de esquadrilha de aviões, ali em estreitada saída a mar aberto, quando tal emese se deu.
Há bancos de areia na Garganta do Diabo, desde a Ilha Porchat à ponta do costão rochoso, maciço do continente sul americano, que separa a praia de Paranapuã da Itaquitanduva. Ali se formam ondas, em corrente marítima em tal estreitamento, que quase capotam sobre si mesmas, ao subirem em cristas sem volta, pois não se quebram!
- Ali uma onda, atrás da outra, dura.
- À espera da melhor onda havia uns três surfistas, sem nenhuma pressa.
Permaneciam sentados, com seus cabelos compridos, sobre suas pranchas, só levemente curvados.
- Era uma situação insólita, não?!
- Como assim!? Era um contraste libertador, para os jovens impecavelmente vestidos dentro do barco – lenço ao redor do pescoço preso por arganel de couro, sob a visão de protagonismo jovem, com ou sem tutela adulta.
- Você os recebeu ainda lobinhos, ao passarem a escoteiros, meu pai, desde as mãos de minha mãe a Kaá e de seu predecessor na chefia de tropa, deste a mulher- Baghera, respectivamente cobra e urso de alcatéia.
- Saudoso Marinho. Este em verdade foi quem os recebera ainda lobinhos, na travessia do rio imaginário, do “mundo do Mogli” – menino da selva, como você bem sabe, com o apenas auxílio meu à época.
- Mas, havia uma fragilidade de “escoteiros da terra”, nessa entrega de seus destinos ao timoneiro de barco.
- Faziam uma atividade marinha, vivendo uma aventura com segurança, mas em diferente ambiente daquele onde adestrados. Apesar da maioria ser nativa daqui.
- Vestiam coletes salva-vidas e eram bem acompanhados, por outro barco de bombeiros, à espreita.
- Os barcos eram de madeira, com motores fortes de centro e, portanto, silenciosos.
- Os olhares surpresos, foram perceptíveis em prova heróica de bom prognóstico, capacitador de seguir em frente e, quiçá, logo mais sem a ajuda de um adulto. Esta na visão ensejada.
- Um estímulo mútuo, empírico e estudado.
A saída de Itapema em barco, seguida de uma volta de quase 360º em torno da Ilha de São Vicente, ao redor das cidades de Santos e São Vicente, com chegada prevista à Ilha de Santo Amaro, com sua cicatriz imposta à Mata Atlântica pela cidade de Guarujá, mas esta protegida em passado recente, de ataques marítimos à sua face em mar aberto, por forte em extendida defesa à costa brasileira, num périplo curto, se comparado com a da família de Bio e Tatao, desde a Itália.
Somente o lema anterior deles, enquanto lobinhos, “melhor possível”, em meio à alteridade do “sempre alerta” dos escoteiros, para enfrentar tamanho estímulo escalonado, à zona de segurança, esta desafiada em seus rituais de passagem, na defesa da própria vida!
rrr./