sábado, 29 de novembro de 2014

É Natal.

 
- Do nono aqui uma lágrima...

Está nessa prosa
meu amor à vida
prova infinita
da realidade.


- Pra cada pingo do i...

Está em tais versos
meu querer que leia
projeto impressão
de gozoso dia.


- Desde o ápice dessa que é
a nona - meu feminino...


Está em meu ato
perpétuo socorro
percepção retida
parte do vazio.


- Na ordem do alfabeto.

É Natal - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/e-natal.html .

domingo, 23 de novembro de 2014

Encontro o menino sob uma sombra.


Um encontro pode estar no calor,
do sempre compartilhado leite materno,
e no frescor da água buscada na fonte;
nas pegadas de um passado,
na verdade presente,
ou em por vir incerto:
num encher de esperança com brincadeiras de uma criança.

Numa racionalidade que nos redima,
da ignorância de tantos saberes;
na deferência da simples presença,
um brinde ao determinismo biológico, que nos una,
e intimismo que traduza o universo de cada um;
num drama grosseiro para o bem de uma literatura maior:
mais importante que a própria realidade ou seu duro relato.

Numa afirmação da pura existência,
num mimetizar da obra do padre Vieira,
naquilo que também há deixado de dizer;
num toque de alguém sinestésico,
olhar de alguém visual,
palavras de outro ou
audição de outrem, mais cognitivos;
na tristeza de um até logo,
para além de uma exigente convenção.

No relato de um escriba,
receita de um curandeiro,
carregada em meio à poeira de um viajante,
sob o céu de um sonhador,
sob os ângulos das estrelas, medidos por um menino,
para a ginástica humana de sua professora.

Apenas num retorno às origens,
na degustação de uma mesma pizza de duas cozinhas,
no sorver de um champanhe, com gosto de vinho tinto e seco,
sobre uma mesa apoiada na argila,
numa insistência em nos separar
da subterrânea e pura água guarani.

No silêncio incontido de uma reflexão,
traduzido numa gota de suor que esconderá a lágrima,
refletindo o orvalho em meio à seca;
mastigar que reprima o sorriso,
recobrindo uma plenitude de alma,
tudo numa abordagem poética que pare o tempo.

Há deportação
no livro que a emoldura -
fascismo julga ao longe.

Balança onda
natural induzida
toda ornada
maré alude
radical alinho
veludo indelével
lúdica harmonia
avistada.

 Cria... repercute
inocência até
nascer ameríndia
camaradagem.

Bebê ouve
nativo insonoro
telúrico sentir
melhor ao regurgitar
alimento vida
íntimo lar
há alegria!


sobre sua cabeça,
seco no forte sol -
o sapé refresca.
.
Encontro o menino sob uma sombra - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/encontro-o-menino-sob-uma-sombra.html .

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Linguagem Vizinha.


Já o via antes
oníricamente
precavido agora
ungido liberto,
ontem cativado,
hispânico ar...
linguagem é a
única xangrilá,
retida ouvirá,
quem utilizar
emudece a sós.


Linguagem Vizinha - versos, de Ricardo Rutigliano Roque no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/linguagem-vizinha.html .

domingo, 16 de novembro de 2014

Caminha com Pó na Areia.


       Devolução de um caminhar, subtraído da areia... ausência de droga injetada com sua rombuda agulha e presença de pó aspirado na praia, há! Redução de danos - paradoxal.

Caminho com Pó na Areia – aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:

Debaixo da Ponte.


Jogar alguém pra debaixo da ponte e criminalizar essa pessoa, pelo nível do rio, é do culto à miopia.

Debaixo da Ponte - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/debaixo-da-ponte.html .

domingo, 9 de novembro de 2014

Metrô e Veículo Leve Sobre Trilho.


Movimento-manifesto, extraviado está,
se traduz toda a remota razão, tão oca.

entre voos
vida em oca árvore -
andorinha se aninha

Viagem em indigna condução ultrapassa,
limite ontológico, sem a linha expressa.

na volta pra casa
sol em tênue horizonte -
névoa domina

Válida, em simples obrigação, é bem vinda
receita de estado, que tranqüiliza-a.
Romaria, induz liberdade humana... ôba!

Metrô e Veículo Leve Sobre Trilho - versos, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/metro-e-veiculo-leve-sobre-trilho.html .

O Conto dos Prédios.


- Bom dia.
- Pra evitar reinventar a roda eu pergunto à você...
...há algum movimento de tombamento da praia de Santos, que inclua as ondas do mar? Sim, porquê a luminosidade natural é que atrai a fauna à beirada, e proporciona fotossíntese à flora, que serve de habitat natural aos alevinos, além mangue...
...há ação cível pública que proteja o direito ao banho de sol, em nossas praias? Sim, porquê direito ao silêncio, dos ali residentes, em detrimento à cultura na "Concha Acústica", foi preservado, agora: o outro lado da moeda será obstar sombras dos prédios - "godzila", antes que só tenha noite em nossas praias.
- "Não. Não há. Uma vez fomos conversar com um promotor público sobre o direito ao sol. Dissemos, à época, que havia várias casas que estavam deixando de receber sol, por causa da construção de novos prédios. O promotor riu da nossa cara. Quem falava muito disto, era o Zwarg. Mas acho que não existe nenhuma acão judicial, neste sentido. O Zwarg falava da luminosidade das praias e das argêntias, e da reprodução das espécies."
- Sim. Direito privado contra direito privado - entre vizinhos, é ação individual, mas um bem público que é o nobre espaço da praia, de sociabilidade, de defesa do "modus vivendi" caiçara e fonte de turismo, no deleite de uma qualidade de vida - "meta do milênio", além do que o sol da manhã é o único que ajuda a absorver vitamina essencial pra constituição óssea... que horas o sol baterá onde trafegam os caminhantes?
- "Você tem razão. A maior parte dos EIA-RIMA nem contempla isto."
- Alguém poderia fotografar a sombra de um "godzila" nas areias da praia, em suas diversas horas pra publicar e impactar a opinião pública.
- "Aí, eu acho que vai ficar difícil!"
- Uma foto pra publicar no facebook já estaria de bom tamanho.
- O seu filho tem as manhãs e "manhas", para tal empreitada?
- "...me desculpe estou meio atrapalhado, agora."
- Abraço.
- "Estou com comida no fogo."
- Inté mais.
- "Tchau!"
- Pro tempero de sua comida envio uma carta aberta.
   Votarei, pessoalmente, em quem discutir um Plano Diretor da Cidade com:
a) Dr. Paulo Saldiva - Laboratório Ambiental da USP, para autorizar novas habitações distantes a mais de 100 metros dos grandes corredores com automotores de combustão fóssil e respeito aos primeiros raios de sol, da manhã, ao menos na praia, importantes à constituição óssea humana;
b) Professora Lenimar Rios - Faculdade de Urbanismo e Arquitetura da UniSantos, sobre o ângulo diedro nas construções, previsto no antigo código de postura de Santos, para permitir prédios, a serem construídos, com altura proporcional à largura da rua;
c) para comprometer-se, então e assim, com a volta do ângulo diedro no Código de Posturas do Município, um respeito aos raios de sol das manhãs nas areias da praia, onde circulam os caminhantes, a autorização de novas construções residenciais, apenas a mais de 100 metros das vias de grande fluxo de combustão fóssil, ao registrar em cartório tais posturas discutidas, assumindo-as em plataforma de governo.
* Cultura Caiçara, para um futuro:
S.U.S.A. - Sistema Único de Saúde Ambiental, e
A.S.U.M.A.-A. - Artesanal Sistema Único de Meio Ambiente - Ameríndio.
 
O Conto dos Prédios - ensaio, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/o-conto-dos-predios.html .

sábado, 8 de novembro de 2014

Hábito.

   Fruto de uma prerrogativa humana chorar é universal e assim é percebido em toda nação, ou seja pátria-mãe e Estado; evitar querer petrificar as lágrimas, para que não caiam ou se evaporem, ao invés disso torná-las, pedagogicamente, mais transparentes e, a meu ver isso também cabe ao Estado, torná-las visíveis em sua cor para os cidadãos, mesmo que seja cor de sangue.
   Legitimar hábitos na nação - égide da lei, ao avaliar para avalizar ou condenar desvio de média, apátrida, cabe ao juiz e, em seu dizer humanístico, assim evitar prevaricação na análise de litigante ousadia, contida em lágrimas - corruptas ou corruptoras.
   Ao povo cabe enxugá-las ou tomá-las pra si, em busca de uma melhoria de hábitos, em pedagogia de adulto que emancipa uma criança, portanto acrescida à postura de parede intransponível, necessária de autoridade. Quem impede é a policialesca prontidão.
 
Hábito - crônica, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/habito.html .

Andorinha e Névoa.


entre voos
vida em oca árvore -
andorinha se aninha
 
na volta pra casa
sol em tênue horizonte -
névoa domina
 
Andorinha e Névoa - haicais, de Ricardo Rutigliano Roque, no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/andorinha-e-nevoa.html .

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O Esgarçado Cerzido.


O esgarçado, escutado, é que faz o cerzido, pensado.

O Esgarçado Cerzido - aforismo, de Ricardo Rutigliano Roque, no link:
http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2014/11/o-esgarcado-cerzido.html .