quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Mãe de Pobreza Caiçara.

 
Vontade de existir, ir,
interior reflexivo
de Rodin, sem perder pés
e braços, à pé desde Iguape,
ao tomar café passado 

com cana de açúcar, até
Peruíbe pra buscar
açúcar - Café com Peixe,
diferente de vender
barata terra caiçara 

já citadina cultura,
sem raízes pra comprar
um só cheiro de automóvel,
que é o perfume de carbono
sem o filtrar de seu mangue 

agora enterrado, em jogo
de escárnio não estadista...
no Guaiba descoberto
sumiram 60 praias –
dali retiraram areia. 

Autoridade autoriza...
quanto de mangue sugou
pra pobreza caiçara
ficar sem expor suas raízes
pra alguém se locupletar. 

Aguardava com argila,
suas generosas mãos,
a chegada dos que vinham
morro abaixo, pela
Trilha do Boi Morto e só. 

Uma cantoria
é o pouco que basta –
Cigarra de Outono. 

Imortalizado, agora
conta com mãos,
igualmente generosas,
não mortificará as dele -
arteira arte: dominar. 

Espera clarear,
um chão forrado de folhas -
Noite Alongada. 

Seu indômito domínio
Masserati eixo quebra
no dia 1º. de Maio,
valia trabalhador -
mais capital desempregado.
 
Versos originais de 11/05/2013, de Ricardo Rutigliano Roque - http://rutiglianoroque3.zip.net, e aqui no link: http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2013/11/mae-de-pobreza-caicara.html .

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