domingo, 26 de novembro de 2017

Despacha-me.

(“Naquele Verão”)
   No Solemar, em pernoite, dentro do edifício dos correios. Para tal fim utilizado, só durante o dia. Ali pronto atendimento médico, do entardecer ao raiar de novo dia. Uma vez por semana era ingerido, solitariamente, um saco de bisnaguinhas “Seven Boys” recheadas com requeijão em pote. Por condenado passado. Trancado em egoístico quarto de hora, em dependência de resolver uma pendenga. Queria engordar-se em conteúdo, envelopado em roupa branca. Uma missiva humana, a ser despachada pela manhã. Com aviso de recebimento, ao destinatário, em prova de aceitado modelo. Rechonchudo que tapou, um dia, sua visão em aula. Recebeu resposta assinada, em desvio de tal "correspondência",  do chefe de laboratório. Falência de sua lactase, exaurida ao absorver tantos derivados de vaca!
   Já de outra feita pernoitava no Belas Artes, outro bairro mais ao sul. Deparou-se, em plantão geral, com a notícia. Homônimo a seu desafeto, o destinatário em foco, se encontrava por igual período, o colega em maternidade, no bairro do centro.
   Ele arteiro, porém, ainda longe de plenitude de Belas Artes, e outro já ao centro daquilo que todos nós temos. Alvo naquele novembro azul, em compulsório movimento, agora repetido. Um arteira flecha e outro tal alvo. Este à frente colocava-se inerte, não mais agora, por tempo suficiente para fazer-se mira, como um dia em aula!
   O professor cuidador de ambos, apenas preocupara-se em nada quebrar seu endoscópio, naquele dia. Este sem orifício à adentrar, como objeto de estudo, até ali. Não adentrado, naquela aula prática, no Carface azulado, quase engasgado, que vaticinou:
    - Nunca mais faça isso.
   Nunca mais!

rrr./

Nenhum comentário:

Postar um comentário