segunda-feira, 11 de setembro de 2017

“Luzes na Sombra” - Conto, editado.

O Abandono me protege – Manoel de Barros, em
Livro sobre Nada.

   Concebida em afresco, neste seu respirar. Você passa o caminho. Sombreiam redentoras mãos. Paira semblante que avista. Olhar acolhe primazia. 
   - Já que é uma manifestação ao evento Histórico, cabe um registro. 
   Está fora de indutora leitura diária, esta que criaria hábito saudável. Todavia, há esse acesso tardio e restritivo ao leitor de ficção, sem seu acolhimento. Hoje é rareado espaço, assim tornado. 
   Solta-se espaço lúdico. Convida areia à bola. Tranças e boina à espera. 
   - Alusão ao espaço cedido à ficção? 
   Divide-se submissa em aulas. Baila no salão à bonequinha. Tarde em música à espreita. 
   - Reconhecida como importante se tornada cotidiana leitura em jornal, preconizada assim, de um conto por dia. Por isto. 
   Chama quem carrega o infante, essa em abreviada vida. Sorri àquele que fica. Flamba. Paira sobre chuvosas nuvens. 
   - Mas, agora já existe o blog - forma disponível e democrática, ao menos pro internauta. 
   O que torna menos devastadora a restrição imposta à impressa, antes em tão aberta e rotineira acolhida à ficção. 
   - Isto se pensado em novos leitores a serem criados. 
rrr./

Um comentário:

  1. Luzes na Sombra - Conto.
    O Abandono me protege – Manoel de Barros, em
    Livro sobre Nada.
    Concebida em afresco, neste seu respirar. Você passa o caminho. Sombreiam redentoras mãos. Paira semblante que avista. Olhar acolhe primazia.
    - Já que é uma manifestação ao evento Histórico, cabe um registro.
    Está fora de indutora leitura diária, esta que criaria hábito saudável. Todavia, há esse acesso tardio e restritivo ao leitor de ficção, sem seu acolhimento. Hoje é rareado espaço, assim tornado.
    Solta-se espaço lúdico. Convida areia à bola. Tranças e boina à espera.
    - Alusão ao espaço cedido à ficção?
    Divide-se submissa em aulas. Baila no salão à bonequinha. Tarde em música à espreita.
    - Reconhecida como importante se tornada cotidiana leitura em jornal, preconizada assim, de um conto por dia. Por isto.
    Chama quem carrega o infante, essa em abreviada vida. Sorri àquele que fica. Flamba. Paira sobre chuvosas nuvens.
    - Mas, agora já existe o blog - forma disponível e democrática, ao menos pro internauta.
    O que torna menos devastadora a restrição imposta à impressa, antes em tão aberta e rotineira acolhida à ficção.
    - Isto se pensado em novos leitores a serem criados.
    rrr./

    http://ricardorutiglianoroque.blogspot.com.br/2017/09/luzes-na-sombra-conto-editado.html

    Dissecado o conto - Luzes na Sombra, assim:
    Esse conto é um drama, onde há narrativa com estilhaços em onisciência. Há uma linguagem direta com o leitor, essa em camada mais grave, por simples ousadia poética, que adensa a ontologia abordada, em parte dessa narrativa. Está em terceira pessoa quando narra uma abordada trajetória de exclusão dos contos de uma leitura diária. O texto está em frases curtas - independizadas orações, para evitar conjunções, e facilitar fluxo à leitura por tamanhos de parágrafos assemelhados.
    Estabelece um paralelo entre as fases de vida do leitor, idealizada, e a real do caminho do conto escrito, ambas separadas por falta de veiculação diária impressa em jornal, assim contextualizado. Expõe, assim, a dependência da vida ficcional à real veiculação necessária periódica, com pouco intervalo e naquele veículo. Faz contrapondo, portanto, à real exclusão pelo jornal desse idealizado contato diário.
    Para a parte da ontologia faz uso de linguagem imagética: concepção, nascimento, infância, adolescência, morte e o evocado céu - idealizado, por citadas nuvens. Iniciada no acolhimento em parto. Em circularidade vai até evocar um ressuscitar de leitores criados.
    Mantida uma diferenciação em todo texto, ao intercalar a prosa em camada mais superficial - menos grave. Há assim proposital contraste ao drama da narrativa em voz interior – em voz grave, esta em curto fluxo de pensamento. Isso provoca a percepção de duas vozes com sonoridades mais graves e uma outra menos grave.
    Os arranjos musicais contém quatro vozes, e esse conto contudo apenas três vozes. Para perceber essa construção, se pode ler salteado. A subtração de uma voz, pode testar essa sinestesia, em cinestésico uso da musculatura da voz do próprio leitor – com voz forte, também ao acrescentar-se uma quarta voz faltante – sutil do próprio leitor.
    Estão alternados o lírico e o prosaico, cada um em sua própria lógica e consequência contextualizada.
    Estaria a ousadia poética entranhada aí, o que explicaria e justificaria tal forma?
    Estão explicitadas as histórias - ontológica e ficcional, separadas na vida real por ausente leitura dupla no dia à dia, resgatadas no texto em alinhavo nas entrelinhas.
    Esse conto se completa em uma leitura, presunçosamente falando, com maior tempo. Isto que está tão em falta hoje, o que me leva crer que se manterá incompreendido. Mas aí é desafio do leitor, não do autor, parece.
    Elucida essa análise de forma e conteúdo, incluso os estilhaços?
    Grato.
    rrr./

    ResponderExcluir